ESPELHO
Poderei recuperar o corpo
caído no fundo da água
por momentos? Juncos e lodo
e um diadema de luz cobrem-me.
Bolhas que o ar liberta. Na imagem
a figura debruçada esquece.
Somente quem apague a memória
liberta as suas imagens
para a não-existência imediata.
(fiama hasse pais brandão)
Por detrás desta porta,
de uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
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