(2) A hipótese social da divisão do trabalho linguístico;
estereótipo e comunicação
Segundo Putnam, na comunidade dos falantes constata-se que há uma divisão de trabalho linguístico que reflecte o fenómeno mais amplo da divisão social do trabalho humano. A divisão do trabalho linguístico decorre da divisão não-linguística do trabalho. Há, claro, inúmeras palavras que não denotam qualquer divisão de trabalho linguístico, v.g., cadeira. Contudo, quando há uma prática de trabalho social que forja termos para designar estados de coisas diferentes por exemplo ouro de 18 k (o da ourivesaria portuguesa) versus ouro de 14 k (o da África do Sul); ovos de aviário (criação intensiva) versus ovos de campo (agricultura biológica) se tal distinção interessar ser utilizada ou empregada pelos que não a conhecem, os termos são adquiridos pela comunidade dos falantes em geral, desde que haja a possibilidade de recurso à subclasse de falantes especial que conhece e emprega tal distinção de termos. Se só os conhecedores tiverem uma razão para usar um termo e os restantes não, o termo não é usado por estes.
Esta hipótese de Putnam presentemente, de aceitação consensual tem um importante corolário para a sua filosofia da linguagem, a saber[1]:
Sempre que um termo está sujeito a uma divisão de trabalho linguístico, o falante comum que o aplica nada tem que lhe fixe a extensão.
Em particular, o seu «estado psicológico individual», seguramente não fixa a sua extensão, e só a situação sócio-linguística da comunidade linguística, à qual o falante pertence, fixa a extensão.
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