Segunda-feira, 13 de Setembro de 2004
Have a nice day # 12
No horizonte do infinito. Deixamos a terra, subimos a bordo! Destruímos a ponte atrás de nós, melhor destruímos a terra atrás de nós. E agora, barquinho, toma cuidado! Dos teus lados está o oceano; é verdade que nem sempre brame; a sua toalha estende-se às vezes como seda e ouro, um sonho de bondade. Mas, virão as horas em que reconhecerás que ele é infinito e que não existe nada que seja mais terrível do que o infinito. Ah! pobre pássaro, que te sentias livre e que esbarras agora com as grades desta gaiola! Desgraçado de ti se fores dominado pela nostalgia da terra, como se lá em baixo tivesse havido mais liberdade,... agora que deixou de haver «terra»!
(Gaia Ciência, Livro III, § 124)
De Anónimo a 17 de Setembro de 2004 às 15:19
Libertei-me mesmo! :) Exaltado, ele reconheceu, tarde na vida, que teve um predecessor admirável em Espinosa, que só leu muito depois de ter imaginado toda a lógica perspectivista que anima a sua filosofia. Também, só tarde compreendeu quanto "platonizava" no seu best-seller "Assim falava Zaratustra". Ora, pela mão desses dois outros mestres, pode deixar-se Zaratustra e ir tomar banho noutras águas. Assim fiz. De resto, meu bem, eu li Omar Khayyam na mesma época de Zaratustra, e o cepticismo prudencial do sábio persa sempre foi para mim um cordial antídoto à exaltação de Nietzsche... que só relia quando me queria opor a toda a gente - o que, aliás, era frequente, LOL.vbm
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(mailto:vascobizarro@yahoo.com)
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