Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
Espinosa # 25
««[ ] cada cidadão ou súbdito possui tanto menos direito
quanto a sociedade é mais potente que ele».
É esta a «assimetria» que se observa ( )
quer no estado de natureza quer no estado político,
não havendo ( ) lugar para uma ruptura com a projecção
daquela que estipula o contratualismo.
O poder soberano só é acessível metaforizado,
transportado para uma configuração reconhecível.
Em si mesmo, ele é a pura violência,
o processo espontâneo dos «conatus»
em estado de natureza.»
Diogo Pires Aurélio, Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p.269-70-72
Quarta-feira, 28 de Janeiro de 2009
Espinosa # 24
Alexandre Matheron, um estudioso de Espinosa, distingue
«três momentos [na constituição do poder político]:
a) cooperação;
b) disciplina;
c) o Estado.
[ ] a política e a metafísica, conciliam-se ( )
rejeitando a transcendência jurídica do contratualismo e
pensando a potência constituinte como imanente ao poder constituído.
Diogo Pires Aurélio, Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p.262-4
Segunda-feira, 26 de Janeiro de 2009
Espinosa # 23
«Pensar a política como um espaço em que, no fundo,
se repete aquilo que sempre acontece no estado de natureza
é refutar o mais decisivo da solução contratualista
e encarar de novo o poder soberano
em toda a sua problematicidade.»
Diogo Pires Aurélio, Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p.247
Domingo, 18 de Janeiro de 2009
Espinosa # 22
«... o direito natural subjectivo é a potência que constitui cada ser
no encadeamento universal e no jogo de interacções
em que persevera na existência.
( ) o direito natural não se justifica em função
da integridade de cada um; é, ele mesmo,
a integridade de cada um.»
Diogo Pires Aurélio, Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p.238
Domingo, 11 de Janeiro de 2009
Espinosa # 21
«Um afecto não pode ser contrariado ou suprimido
a não ser por um afecto contrário e mais forte
que o afecto a contrariar»
(«Affectus Nec coërceri, Nec tolli potest,
nisi per affectum contrarium, et fortiorem
affectu coerendo.») E, IV, prop. 7
Sexta-feira, 9 de Janeiro de 2009
...
«Eu estava com Spinoza, quando ele dizia que a tristeza
é a passagem de uma maior a uma menor perfeição.»
Maria Gabriela Llansol, Um falcão no punho
Relógio d'Água, 1998 (1ª ed.1985), p.63
Quinta-feira, 1 de Janeiro de 2009
Espinosa # 20
Na realidade, «a força pela qual o homem persevera na existência
é limitada e infinitamente superada pela potência das causas exteriores»
(«Vis, qua homo in existendo perseverat, limitata est,
et a potentia causarum externarum infinite superatur.»)
E, IV, prop. 3