Quinta-feira, 30 de Outubro de 2008
Espinosa # 6
«Os homens nascem todos
a ignorar a razão de ser das coisas
e, ao mesmo tempo,
a desejar aquilo que lhes é útil»
Daí que,
em primeiro lugar,
como desconhecem o que está subjacente às suas decisões,
creiam ser livres;
em segundo lugar,
como actuam sempre em função de um determinado objectivo
e encontram à sua volta, já feitas, muitas coisas
que, ora lhes são úteis, ora lhes causam prejuízo,
imaginem que alguém – um ou vários deuses –
as tenha feito com o intuito de lhes ser agradável ou de os prejudicar.
Deste modo,
( )
a razão dá lugar à imaginação.
( ) Em lugar das causas das coisas,
surgem assim fantasmas de causas;
em lugar de causas eficientes,
procuram-se causas finais.»
Quinta-feira, 23 de Outubro de 2008
...
Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008
Espinosa # 5
«Alheio à dicotomia entre o verdadeiro e o falso, o ensinamento que se colhe da experiência inscreve-se integralmente na esfera do útil (ad usum vitae) ou do inútil. Acaso não será essa a esfera do político?»
op.cit. p.94
Sexta-feira, 17 de Outubro de 2008
Espinosa # 4
«Quanto melhor o homem conhece o todo
melhor se conhece a si e
mais em conformidade com o seu próprio ser,
mais autonomamente, actua.»
Diogo Pires Aurélio,Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p.92
Quarta-feira, 1 de Outubro de 2008
Espinosa # 3
«Mas a verdade é que a experiência, opinião ou imaginação, como Espinosa virá a chamar, na Ética, a este tipo de conhecimento, se apresenta como estruturada e coerente, reconduzindo a multiplicidade à unidade sob a forma de universais, ainda que estes sejam ideias gerais, abstracções, figurações ou narrativas.
Seja quando opera a partir de noções comuns, isto é, quando raciocina, seja quando opera a partir de experiências particulares, a mente articula da mesma forma – discursiva ou argumentativa – os seus dados.
A diferença está em que, no primeiro caso, a mente opera segundo princípios constitutivos da sua própria natureza, os quais estabelecem o falso e o verdadeiro independentemente dos objectos que possam existir fora dela, enquanto no segundo caso a mente reproduz os objectos e os acontecimentos que se dão no seu exterior tal como eles lhes aparecem e tomando esta aparência por uma realidade.»
Diogo Pires Aurélio, Imaginação e Poder,
Edições Colibri, Lisboa, 2000, p. 91.