«Baseado nos sentidos, o conhecimento por simples experiência trabalha com representações cujo objecto não é, nem a essência do corpo afectado, nem a essência do corpo que afecta, mas tão só a essência da pura afecção. Em si mesma, esta é verdadeira e adequada. Se, no entanto, a dizemos inadequada, é porque ela, sendo apenas representação do modo como um corpo interfere noutro, toma-se por autêntica representação da essência do primeiro. Dito por outras palavras, ela é uma aparência que passa por realidade. Por isso mesmo, do ponto de vista intelectual, trata-se de um conhecimento «mutilado», que separa a consequência da sua causa e é, nesse sentido, confuso e sem ordem.»
«Que haverá mais cansativo do que imaginar
o caos de uma multidão de espíritos?
- Cada pensamento acha o seu par neste tumulto,
o seu contrário, o seu antecedente e o seu seguidor.
Tantas semelhanças, tanto imprevisto, desencorajam-no.»
(Paul Valéry, Op. cit., p. 68)
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