Domingo, 24 de Setembro de 2006
Peirce # 13
iii) «O pensamento-signo representa o seu objecto sob o aspecto que ele é pensado; quer dizer, este aspecto é objecto imediato da consciência no pensamento, ou, por outras palavras, é o pensamento ele próprio, ou pelo menos o que o pensamento é pensado ser no pensamento subsequente para o qual é um signo.»
(Charles Sanders Peirce, Op. cit., p. 39-40)
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2006
Peirce # 12
ii) «A questão seguinte é: o pensamento-signo está no lugar de que coisa — o que é que ele nomeia —, qual é o seu suppositum? A coisa exterior, sem dúvida, quando uma coisa exterior real é pensada. Mas ainda assim, uma vez que o pensamento é determinado por um pensamento prévio do mesmo objecto, ele apenas se refere à coisa através da denotação desse pensamento prévio.»
Sábado, 16 de Setembro de 2006
Peirce # 11
i) A que pensamento apela o pensamento-signo que nós próprios somos?
Ele pode apelar o pensamento de outra pessoa — por intermédio da sua expressão exterior — mas, mesmo que tal não suceda, ele é sempre interpretado por um nosso pensamento subsequente. «O pensamento-signo segue a lei da associação mental ( ) Cada pensamento anterior sugere qualquer coisa ao pensamento que o segue, i.é., ele é signo de qualquer coisa para este último. ( ) Todo o pensamento-signo é traduzido ou interpretado num subsequente.»
Segunda-feira, 4 de Setembro de 2006
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"Há mais coisas sob o Sol do que ideias no quadro de não importa que filosofia"
Sábado, 2 de Setembro de 2006
Peirce # 10
«3. Não temos nenhum poder de pensar sem signos»
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«O terceiro princípio cujas consequências temos de deduzir é que sempre que pensamos, temos presente à consciência algum sentimento, imagem, concepção
ou outra representação que serve como signo.
Mas segue-se da nossa própria existência (a qual se prova pela ocorrência da ignorância e do erro) que tudo o que se nos apresenta é uma manifestação fenomenal de nós próprios.(*)
Isso não impede que aquilo que se nos apresenta seja um fenómeno independente de nós, tal como o arco-íris é ao mesmo tempo a manifestação do sol e da chuva.
Portanto, quando pensamos, nós próprios, e tal como somos nesse momento, aparecemos como signo. Ora um signo tem, enquanto tal, três referências:
primeiro, é um signo para algum pensamento que o interpreta; segundo, é um signo de algum objecto, ao qual, nesse pensamento, ele é equivalente; terceiro, é um signo, nalgum aspecto ou qualidade, que o põe em contexto com o seu objecto
(*) Comenta Machuco Rosa (n. 18):«Não só o Eu não é um ponto de partida
do conhecimento, como se dá mesmo o caso da consciência empírica
do Eu se formar através da experiência do erro.
Esta leva à formação do conceito de um Eu
a quem a origem do erro será atribuível.
Deve-se partir, em qualquer região do conhecimento,
do conceito de falibilidade.»
(Charles Sanders Peirce, Op. cit., p. 39)