Não obtemos o conceito de ser, no sentido implicado na cópula, observando que todas as coisas sobre as quais podemos pensar têm qualquer coisa em comum, uma vez que não existe tal coisa para ser observada.
Obtemo-lo reflectindo sobre signos - palavras ou pensamentos; observamos que diferentes predicados podem ser ligados ao mesmo sujeito, e que cada um torna um conceito aplicável ao objecto; imaginamos depois que alguma coisa é verdadeira acerca do sujeito apenas porque este tem um predicado (não importa qual) que lhe está ligado - e a isso chamamos ser.
O conceito de ser é, portanto, um conceito acerca de um signo - acerca de um pensamento ou acerca de uma palavra; e uma vez que não é aplicado a todos os signos ele não é primariamente universal, embora o seja na sua aplicação mediata às coisas;
é portanto possível definir o conceito de ser; pode ser definido, por exemplo, como aquilo que é comum aos objectos incluídos em qualquer classe, ou ainda como aquilo que é comum aos objectos não incluídos na mesma classe.»
(Charles Sanders Peirce, Op. cit., p. 47)
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