Terça-feira, 1 de Março de 2005
Ainda David Hume # 12

§35

SUPONHAMOS,

H: — «que um homem dotado de razão e reflexão subitamente entra neste mundo»

T: — «a princípio, não conseguiria alcançar a ideia de causa e efeito, mediante qualquer     

raciocínio.»

PORQUE NÃO?

Porque os “poderes particulares” pelos quais todas as operações naturais se executam, «nunca aparecem aos sentidos.»

{Comentário 1 – Contudo, …, podia interpretar de imediato o que observava, utilizando o conhecimento do mundo de onde viera e, … podia ser que …acertasse nas causas de pelo menos alguns efeitos observados…}

TAMBÉM, não é justo concluir unicamente porque um evento, num caso, precede outro o primeiro seja causa e o segundo o efeito: a sua conjunção pode ser arbitrária ou casual.

{Comentário 2 – Mas, também, a contiguidade de eventos, mesmo constante, não sugere a ideia de causa e efeito… por exemplo, “depois da tempestade, a bonança”, “à noite sucede o dia”: nada sugere o primeiro como causa do segundo. O espírito imagina logo sim “um poder particular” a justificar certos eventos singulares…}

PORTANTO, sem mais experiência, nunca pode utilizar «a sua conjectura ou raciocínio acerca de qualquer questão de facto.»

{Comentário 3 – Ao contrário, porventura fá-lo sempre — procura com o que sabe, explicar “as novidades”… se o não consegue é que fica a “pensar mais”…}

NEM PODE certificar-se de «coisa alguma» para além do que «esteja imediatamente presente à sua memória e aos seus sentidos.»

MAS SUPONHAMOS, DE NOVO, que adquiriu maior experiência e viveu durante tanto tempo que: «observou objectos ou eventos familiares a combinar-se constantemente.»

QUAL É A CONSEQUÊNCIA? «Imediatamente infere a existência de um objecto a partir do aparecimento do outro.»

{Comentário 4 – Essa será  a tendência, realmente!}

MAS, «não adquiriu, mediante toda a sua experiência, ideia ou conhecimento de algum poder secreto pelo qual um objecto produz o outro» NEM «é induzido, por processo algum de raciocínio a tirar essa inferência.»

{Comentário 5 – Porém, procurará ajustar os mitos (as narrativas), que tem na memória, às combinações de eventos com que se familiarizou pela experiência…}

NO ENTANTO, infere a conclusão do evento que se verifica.

{Comentário 6 – Sem dúvida, cf. 4}

PORQUÊ? Qual o princípio deste procedimento?

 

 

 

tags:

publicado por vbm às 22:58
link do post | favorito

Comentar:
De
  (moderado)
Nome

Url

Email

Guardar Dados?

Este Blog tem comentários moderados

(moderado)
Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres



Copiar caracteres

 



mais sobre mim
pesquisar
 
Setembro 2015
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
11
12

13
14
16
17
19

20
21
22
23
24
25
26

27
28
29
30


posts recentes

...

...

Pascal & Espinosa # 2

Pascal & Espinosa # 1

...

Espinosa # 55

Espinosa # 54

Espinosa # 53

Espinosa # 52

Espinosa # 51

...

Espinosa # 50

Espinosa # 49

Espinosa # 48

Espinosa # 47

Espinosa # 46

...

A Caverna de Platão

Wittgenstein: Philosophic...

Ayer on Frege and Russell

arquivos

Setembro 2015

Fevereiro 2010

Novembro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

Novembro 2004

Outubro 2004

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

Fevereiro 2004

Janeiro 2004

Dezembro 2003

Novembro 2003

tags

albert jacquard

ana de sousa

ana hatherly

ar rosa

astronomia

ayer

davidson

deleuze

dostoiévski

espinosa

eugénio de andrade

fiama

fotografia

françois miterrand

frege

gerard de constanze

gonzalo torriente ballester

hobbes

homero

hume

imagens

jl borges

khalil gibran

kripke

leibniz

maquiavel

nietzsche

pascal & espinosa

paul auster

paul valéry

peirce

philo-vídeos

platão

política

putnam

quine

rawls

russell

samuel beckett

sandra costa

scarlett johansson

searle

sophia de mello breyner

villaret

virgínia woolf

wittgenstein

todas as tags

favoritos

...

links
Míope, logo táctil. Gosto de ler e conversar, q.b. «Nada convem mais ao homem do que o seu semelhante.» Vasco
blogs SAPO
subscrever feeds